LIVRO "COMO DORINHA VÊ O MUNDO" (FOTO: DIVULGAÇÃO)
Livro em braile da Turma da Mônica
será distribuído em escolas municipais
Personagem da Turma da Mônica virou protagonista em novo livro: 500 instituições de ensino receberão a obra "Como Dorinha Vê o Mundo"
Dorinha pode não enxergar, mas isso não significa que ela não conheça o que está em sua volta. "É através do tato, usando os dedos e as mãos, que os cegos começam a perceber o mundo”, diz a personagem no livro Como Dorinha Vê o Mundo, lançado nesta sexta-feira (03) em um evento na Fundação Dorina Nowill, em São Paulo.
A abertura do evento foi feita por Alexandre Munck, superintendente da fundação, que lembrou que Dorina de Gouvêa Nowill (a inspiração para a personagem da Turma da Mônica) completaria 100 anos neste mês. No local, artistas com as fantasias de Mônica e Dorinha fizeram muito sucesso com as crianças atendidas pela fundação.
Feito em braile e com fonte ampliada para as pessoas com baixa visão, o livro será distribuído gratuitamente para 500 escolas da rede municipal de ensino de São Paulo. A iniciativa da Fundação Dorina Nowill para Cegos é uma parceria com o Instituto Mauricio de Sousa e do Fundo Municipal da Criança e do Adolescente (FUMCAD).
Nesta primeira edição, foram produzidos 3 mil exemplares: eles começarão a chegar nas escolas neste mês. A ideia é que fiquem nas bibliotecas das escolas, disponíveis para todos os estudantes.
O livro mostra como é a realidade de pessoas com deficiência visual, desde a leitura pelo braile até a prática de esportes. Segundo Eliana Cunha, coordenadora da área de educação inclusiva da fundação, a intenção é que o livro seja trabalhado em toda a sociedade para que todos entendam como como é a vida de uma pessoa com deficiência visual — e como isso não significa que ela será menos capaz de fazer algo.
Como Dorinha Vê o Mundo fecha uma série que já tem cinco livros sobre a acessibilidade da educação para deficicência visual. Com 24 páginas, o livro é super fácil de ser lido pela criançada.
Quem foi Dorina Nowill
A paulistana nascida em maio de 1919 e ficou cega repentinamente aos 17 anos, em consequência de uma doença não diagnosticada. Ela foi a primeira aluna cega a frequentar um curso regular no Brasil e viajou para os Estados Unidos para fazer cursos de especialização na Michigan State Normal School e no Teacher's College. Depois voltou ao Brasil e criou, em 1946, a então Fundação para o Livro do Cego no Brasil, atual Fundação Dorina Nowill para Cegos (uma das maiores imprensas braille do mundo em capacidade de produção). Dorina Nowill faleceu em agosto de 2010, aos 91 anos.
*Com a supervisão de Thiago Tanji
Fonte: Revista Galileu